O spyware Pegasus do Grupo NSO (empresa de tecnologia israelense) foi utilizado para espionar jornalistas, políticos, ativistas, advogados e empresários. Os alvos também incluem presidentes e primeiros-ministros.
Segundo o The Times of Israel, uma investigação realizada por 80 jornalistas de 17 organizações em 10 países diferentes analisou dados vazados de mais de 50.000 números de telefone que revelaram o uso indevido do spyware de nível militar.
Agnès Callamard, secretária-geral da Anistia Internacional, disse:
O Projeto Pegasus mostra como o spyware da NSO é a arma escolhida por governos repressivos que buscam silenciar jornalistas, atacar ativistas e esmagar dissidentes, colocando inúmeras vidas em perigo.
Essas revelações acabam com quaisquer alegações da NSO de que tais ataques são raros. Embora a empresa alegue que seu spyware é usado apenas para investigações criminais e terroristas legítimas, está claro que sua tecnologia facilita o abuso sistêmico. Eles pintam um imagem de legitimidade, enquanto se beneficiam de violações generalizadas de direitos humanos.
O Grupo NSO é o fabricante de uma ferramenta de vigilância cibernética chamada Pegasus, que ao ser instalada nos dispositivos iPhone e Android das vítimas, permite que o invasor colete e-mails, mensagens SMS, mídia, calendários, chamadas, informações de contato e conteúdos compartilhados em aplicativos de mensagens como WhatsApp, Telegram e Signal. Além disso, ele também consegue ativar o microfone e a câmera do telefone.
A ferramenta, que é vendida para governos em todo o mundo, costuma ser instalada explorando vulnerabilidades de segurança previamente desconhecidas em aplicativos ou via phishing, enganando um alvo potencial para clicar em um link malicioso. O Grupo NSO se autodenomina "o líder mundial em soluções de inteligência cibernética de precisão para uso exclusivo de agências de inteligência e policiais administradas pelo estado".
Os telefones analisados contém centenas de executivos de negócios, figuras religiosas, acadêmicos, funcionários de ONGs, dirigentes sindicais e oficiais do governo, com a investigação descobrindo clientes do Grupo NSO em pelo menos 11 países, incluindo Azerbaijão, Bahrein, Hungria, Índia, Cazaquistão, México, Marrocos, Ruanda, Arábia Saudita, Togo e Emirados Árabes Unidos.
A investigação identificou até agora que 180 jornalistas e mais de 600 políticos e funcionários do governo foram espionados nos últimos 7 anos.
Por sua vez, a empresa israelense contestou as acusações em comunicado, afirmando:
Suas fontes lhes forneceram informações que não têm base factual, como fica evidente pela falta de documentação de apoio para muitas de suas reivindicações. Na verdade, essas alegações são tão ultrajantes e distantes da realidade que a NSO está considerando um processo de difamação.
Fontes: Sputinik e The Hacker News
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